Páginas

05/05/13

Mãe.


Mãe.

Despertou-nos a ventania matinal,
 Num suave ruído do fundo do teu peito,
Saiu-te um gemido de carência,
 Tão triste quanto necessário.
Anda, ponte a pé já são quase 4 horas da manha,
 O café está quente.
Foi assim que nos criaste …
Mãe,
Foi assim que me fizeste homem.
Da tua nula formação académica,
 Criaste o dicionário da vida, 
Os mapas que guiam, teus filhos, depois netos e agora bisnetos, tu que não fostes, criança …
Mãe.
 Que cedo te fizeram mulher, que te deram uma enchada em vez de uma lousa
Um avental, em vez de uma bata, uma vassoura em vez de uma sebenta.
Trabalho em vez de um livro
Porrada em vez de pão, a que chamavam educação.
E resististe,
Mãe
Tenho orgulho Mãe, nos teus manuais, não tem imagens, títulos, nem grafites
São folhas escritas na memória de cada um dos que educaste
E educas
Porque o teu saber
É uma bíblia por escrever, que sabes transmitir
Não sabendo ler
Soubeste sim, aprender, ensinar, amar.
A Ser Mãe 
Rodrigo Oliveira
26/03/2011



Sem comentários:

Enviar um comentário

É certo que podemos estar perante o pior momento da Democracia pós 25 de Abril.
Mas não, nunca, deve, ou será, momento para baixar os braços.
Os maiores de ontem são os fracos de hoje, os sérios de ontem, são os corruptos de sempre, e os criminosos cada vez, mais instruídos, mais protegidos, ate as instituições já estão abandalhadas, vem dela essa justiça popular.