04/10/13

Encerramento da Linha do Tâmega: Câmara emite comunicado


Encerramento da Linha do Tâmega: Câmara emite comunicado

A propósito do encerramento da Linha do Tâmega, decidido a 24 de Março pela Secretaria de Estado dos Transportes, a Câmara Municipal de Amarante emitiu o seguinte comunicado:

 

1. A Câmara Municipal de Amarante foi surpreendida, ao início da manhã de hoje, por notícias que davam conta do encerramento da Linha do Tâmega no troço que ainda resta, entre Livração e a cidade de Amarante.

 

2. Tal surpresa resulta do inesperado da informação e também do facto de, ainda há apenas quatro dias, termos comemorados os 100 anos da chegada do comboio a Amarante, efeméride em que esteve envolvida a própria CP.

 

3. No sentido de averiguar da autenticidade da informação que estava a ser veiculada pelos media, o Presidente da Câmara Municipal de Amarante, Dr. Armindo Abreu, questionou a Secretaria de Estado dos Transportes sobre o assunto.

 

4. A titular daquela pasta, Eng.ª. Ana Paula Vitorino, informou de diligências que havia feito no dia de ontem para contactar o Senhor Presidente da Câmara, ausente de Amarante por afazeres públicos e, por isso, não contactável.

 

5. A Senhora Secretária de Estado dos Transportes confirmou o encerramento da via, tendo informado que a decisão se deve à detecção de graves problemas de segurança, expressos num Relatório de que teve conhecimento na tarde de terça-feira, 24 de Março. Garantiu, porém, que o encerramento tem um carácter temporário e que a Linha do Tâmega será reaberta logo que sejam realizadas obras de beneficiação da via e forem solucionados os problemas detectados. Mais garantiu a Senhora Secretária de Estado dos Transportes que serão lançados, de imediato, os projectos para a reconversão da linha.

 

6. Perante esta explicação, a Câmara Municipal de Amarante não tem alternativa que não seja aceitar o encerramento temporário da Linha do Tâmega, mantendo-se atenta ao evoluir da situação e ao cumprimento das intenções anunciadas.

 

7. Uma vez mais, a Câmara Municipal de Amarante manifesta a sua disponibilidade para assumir a gestão e exploração da Linha do Tâmega no caso de a CP e a REFER virem a manifestar desinteresse por aquela via.

 

8. Entretanto, o Município está a estudar soluções alternativas de transporte que, oportunamente, serão comunicadas aos utentes da Linha do Tâmega.

 

Amarante, 25 de Março de 2009

 

Amarante não é cidade de uma só leitura. Olha-se Amarante - isto é particularmente verdade a certas horas do dia - e tem-se uma impressão muito nítida de que é o religioso que infunde carácter à cidade. Talvez a dimensão que ganha, no conjunto urbano, o monumental convento de São Gonçalo. Talvez a proximidade do rio e da serra, habitat das divindades de homens de outras eras. Talvez as duas coisas juntam. Seja o que for, a ideia que se colhe é mesmo essa: estamos num lugar que se define pelo religioso. A história não desmente esta impressão, antes a confirma.

 

 

É usual afirmar-se que a cidade de Amarante assenta a sua malha em território de três freguesias: Amarante -S. Gonçalo, Cepelos e Madalena. Actualmente, porém, é difícil definir com rigor os limites da sua área, já que o crescimento urbano determinou a ocupação de solo muito ara além das fronteiras tidas por tradicionais.

 

O que não mudou, na urbe, foi o seu Centro Histórico, recheado de património arquitectónico, onde se incluem os emblemáticos mosteiros e ponte de S. Gonçalo. Emblemáticas são também algumas das ruas do interior do Centro Histórico, como é o caso do 31 de Janeiro (Covelo), 5 de Outubro ou do Seixedo. Amarante é cidade desde 8 de Julho de 1985,rondando a sua população os 12 mil habitantes.

 

A linha está encerrada desde 25 de Março de 2009, alegadamente por questões de segurança.

Com o troço Amarante - Arco de Baúlhe encerrado, um cidadão britânico apresentou um ambicioso projecto de reabertura ao tráfego ferroviário deste troço, a custo zero para as autarquias da Terra de Basto. O projecto remetia não só para uma exploração ferroviária turística como também o regresso de um serviço regional de passageiros. O seu projecto não foi aceite.

Neste momento as autarquias de Amarante a Cabeceiras de Basto pretendem converter a via em ciclovia, estando em fase avançada o troço Amarante – Gatão.

A Linha do Tâmega foi palco de nascimento para a primeira organização civil de defesa dos direitos das populações que perderam o serviço ferroviário. A CDLT - Comissão de Defesa da Linha do Tâmega, faz ouvir a sua voz de discórdia pela situação de marasmo e alienação do património ferroviário da Linha do Tâmega desde quando ainda os comboios chegavam ao Arco de Baúlhe. Entre outras acções, promoveu um cordão humano de manifestação, e denunciou o vazamento de entulhos por parte de camiões de uma das câmaras locais para cima da via-férrea. Este último motivou uma série de mensagens de protesto de vários cidadãos no fórum da página oficial dessa câmara, mensagens rapidamente apagadas no dia a seguir.

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