Encerramento da Linha do Tâmega:
Câmara emite comunicado
A propósito do encerramento da
Linha do Tâmega, decidido a 24 de Março pela Secretaria de Estado dos
Transportes, a Câmara Municipal de Amarante emitiu o seguinte comunicado:
2. Tal surpresa resulta do
inesperado da informação e também do facto de, ainda há apenas quatro dias,
termos comemorados os 100 anos da chegada do comboio a Amarante, efeméride em
que esteve envolvida a própria CP.
3. No sentido de averiguar da
autenticidade da informação que estava a ser veiculada pelos media, o Presidente
da Câmara Municipal de Amarante, Dr. Armindo Abreu, questionou a Secretaria de
Estado dos Transportes sobre o assunto.
6. Perante esta explicação, a
Câmara Municipal de Amarante não tem alternativa que não seja aceitar o
encerramento temporário da Linha do Tâmega, mantendo-se atenta ao evoluir da
situação e ao cumprimento das intenções anunciadas.
7. Uma vez mais, a Câmara
Municipal de Amarante manifesta a sua disponibilidade para assumir a gestão e
exploração da Linha do Tâmega no caso de a CP e a REFER virem a manifestar
desinteresse por aquela via.
8. Entretanto, o Município está a
estudar soluções alternativas de transporte que, oportunamente, serão
comunicadas aos utentes da Linha do Tâmega.
Amarante, 25 de Março de 2009
Amarante não é cidade de uma só
leitura. Olha-se Amarante - isto é particularmente verdade a certas horas do
dia - e tem-se uma impressão muito nítida de que é o religioso que infunde
carácter à cidade. Talvez a dimensão que ganha, no conjunto urbano, o
monumental convento de São Gonçalo. Talvez a proximidade do rio e da serra,
habitat das divindades de homens de outras eras. Talvez as duas coisas juntam.
Seja o que for, a ideia que se colhe é mesmo essa: estamos num lugar que se
define pelo religioso. A história não desmente esta impressão, antes a
confirma.
É usual afirmar-se que a cidade
de Amarante assenta a sua malha em território de três freguesias: Amarante -S.
Gonçalo, Cepelos e Madalena. Actualmente, porém, é difícil definir com rigor os
limites da sua área, já que o crescimento urbano determinou a ocupação de solo
muito ara além das fronteiras tidas por tradicionais.
O que não mudou, na urbe, foi o
seu Centro Histórico, recheado de património arquitectónico, onde se incluem os
emblemáticos mosteiros e ponte de S. Gonçalo. Emblemáticas são também algumas
das ruas do interior do Centro Histórico, como é o caso do 31 de Janeiro
(Covelo), 5 de Outubro ou do Seixedo. Amarante é cidade desde 8 de Julho de
1985,rondando a sua população os 12 mil habitantes.
A linha está encerrada desde 25 de Março de 2009,
alegadamente por questões de segurança.
Com o troço Amarante - Arco de Baúlhe encerrado,
um cidadão britânico apresentou um ambicioso projecto de reabertura ao tráfego
ferroviário deste troço, a custo zero para as autarquias da Terra de Basto. O
projecto remetia não só para uma exploração ferroviária turística como também o
regresso de um serviço regional de passageiros. O seu projecto não foi aceite.
Neste momento as autarquias de Amarante a
Cabeceiras de Basto pretendem converter a via em ciclovia, estando em fase
avançada o troço Amarante – Gatão.
A Linha do Tâmega foi palco de nascimento para a
primeira organização civil de defesa dos direitos das populações que perderam o
serviço ferroviário. A CDLT - Comissão de Defesa da Linha do Tâmega, faz ouvir
a sua voz de discórdia pela situação de marasmo e alienação do património
ferroviário da Linha do Tâmega desde quando ainda os comboios chegavam ao Arco
de Baúlhe. Entre outras acções, promoveu um cordão humano de manifestação, e
denunciou o vazamento de entulhos por parte de camiões de uma das câmaras
locais para cima da via-férrea. Este último motivou uma série de mensagens de
protesto de vários cidadãos no fórum da página oficial dessa câmara, mensagens
rapidamente apagadas no dia a seguir.
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