Hoje, dia sete de maio de 2016, depois de alguns contratempos
e outros contras, sem o fim á vista, finalmente viu-se o fim, o fim e o
princípio, viu – se finalmente a luz ao fim do “ Túnel “ parecia luz
artificial, mas não, não! Era mesmo a luz do dia, do dia em que finalmente o Túnel
que rasgou o ventre da Serra do Marão, deu finalmente á luz.
Foi com estranheza que a simbólica T-shirt que deu acesso à
entrada do túnel para que pela primeira vez fossem percorridos os 5665
metros de tapete preto que desenham a plena via fossem pisados e com ela
caminhasse o conto de Miguel Torga:
Marão:
Bate-se a uma porta, rica ou pobre, e sempre a mesma voz
confinada nos responde:
Entre
quem é! Sem ninguém perguntar mais nada, sem ninguém vir à janela espreitar,
Miguel Torga – O
reino maravilhoso
Como sempre incomodado,
e porque o Marão “ A expendida Serra do Marão “ não é de ninguém e é de todos! Entendo
que também deveria ter um poema de Teixeira
de Pascoaes, é com esse incómodo que o faço, não na T-shirt porque não tenho esse poder, mas aqui, aqui
sim eu tenho esse poder!
Ó Serra das divinas madrugadas,
Das estrelas, das nuvens e do vento
E das águias enormes, chamuscadas
Do sol e dos relâmpagos vermelhos!
Ó trágico Marão! Ó serra esfíngica,
De muda e dolorosa face humana,
Com a cauda ondeante sobre o Minho
E as garras sobre a terra transmontana!
Teixeira
de Pascoaes, Sombras.
Rodrigo Oliveira
07/05/2016, Serra do Marão Ansiães - Amarante -Portugal
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