O início da construção do paredão da Barragem de Foz Tua foi
adiado para o segundo trimestre de 2013 e o número de trabalhadores afectos à
obra diminuiu em sequência do abrandamento dos trabalhos decidido pela UNESCO.
Alguns dados referentes à recalendarização das obras, que
decorrem entre os concelhos de Alijó e Carrazeda de Ansiães, foram divulgados
esta terça-feira à agência Lusa pelo Ministério da Agricultura, Mar, Ambiente e
Ordenamento do Território.
Na última reunião do Comité do Património Mundial da UNESCO,
que decorreu em Junho, em São Petersburgo, Rússia, foi aprovado um
“abrandamento significativo” das obras da barragem, em alternativa à suspensão
das mesmas. Antes do encontro, a proposta que estava em cima da mesa
recomendava a suspensão da construção em Foz Tua
A ICOMOS, órgão consultivo da UNESCO, classificou como
“grave” e “irreversível” o impacto da hidroelétrica sobre o Douro Património
Mundial e, por isso, aconselhou à paragem das obras até à visita de uma missão
conjunta ao local.
Em sequência da decisão de abrandamento, foi solicitada pelo
Estado português à responsável pela obra, a EDP, a apresentação de um novo
calendário. Calendário esse que foi apresentado pela ministra do Ambiente,
Assunção Cristas, durante a recente visita da UNESCO, e no qual, segundo disse
hoje fonte do ministério à agência Lusa, “é claro a diminuição do ritmo das
obras na barragem”.
De acordo com a fonte, o número de trabalhadores actualmente
afectos à obra é de 335, quando, antes de São Petersburgo, estavam 506 a
trabalhar em Foz Tua. No planeamento inicial previsto para esta data deveriam
estar 800 trabalhadores.
O ministério referiu ainda que o início da construção do
paredão estava previsto para o terceiro trimestre de 2012. Neste momento
encontra-se suspenso e, no programa actual, o arranque das obras passou para o
segundo trimestre de 2013.
Este ritmo de abrandamento nos trabalhos vai manter-se até à
apresentação do relatório da missão da UNESCO, que deverá estar pronto até ao
final do ano.
De forma avaliar os impactos decorrentes da construção do
empreendimento hidroelétrico, esteve no Douro, na primeira semana de Agosto,
uma missão da UNESCO composta por três especialistas.
O caso do Alto Douro Vinhateiro voltará a ser analisado no
próximo encontro da UNESCO, em 2013. Douro foi distinguido como Património
Mundial da Humanidade em 2001.
A barragem vai ocupar 2,9 hectares do Alto Douro Vinhateiro,
o que representa 0,001 por cento do total da área classificada.
Foz Tua representa um investimento de 305 milhões de euros.
Este aproveitamento será constituído por um só escalão com uma cota de
exploração de 170 metros.
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